quarta-feira, 19 de junho de 2013

Violência × Vandalismo do privado × Vandalismo do público

Lendo as opiniões a respeito da violência e do vandalismo na internet, parece-me que muitas pessoas não sabem a diferença entre os dois. Sou contra a violência física, não quero nenhum tipo de guerra. Mas coisa bem diferente é o vandalismo. E, mesmo quando se trata de vandalismo, há o vandalismo do patrimônio público e o do privado. Também discordo do vandalismo do patrimônio privado. (Exceto em algumas ações necessárias de perseguição política.) Um cidadão inocente não merece ter seu carro queimado para satisfação de alguns manifestantes. As concessionárias também nada têm a ver com isso. Sei que alguns destes manifestantes entendem que estas ações são mormente simbólicas e poderiam promover a participação de outras pessoas (no caso, os donos dos carros queimados e das concessionárias) nas manifestações. Mas, assim como é direito de cada um protestar contra o quadro político atual, também o é o de não participar das manifestações. E atitudes como esta não incentivam a participação de ninguém, muito pelo contrário. Só o que ainda fez sentido foi a depredação dos ônibus caso se tenha entendido que o aumento da tarifa surgiu para gozo das empresas de transporte coletivo.

Sem contar os atos, diria, verdadeiramente criminosos como o saque a lojas. Obviamente a manifestação foi, por esta corja de protestantes, usada como pretexto para o roubo. Verdadeiros ladrões que aproveitaram a aglomeração pública para cometer seus crimes. Não sou deveras moralista; se um ladrão deste tipo rouba ou furta, o problema é da polícia, eu pouco me importo. Mas vivemos numa sociedade fortemente moralista, e devemos tê-lo em mente. Se roubos são cometidos durante os protestos, isto pode desmoralizá-lo e fazer com que autoridades se foquem por um momento neste problema para não cumprir nossas exigências. Mas, devo concordar, isto teria pouquíssimo efeito e provavelmente não viria a acontecer.

Por fim, há o vandalismo do patrimônio público. Este, sim, faz todo sentido. Mas não precisa ser usado sempre. Geralmente, é suficiente fazer pressão psicológica contra as autoridades. Mas, às vezes, isto não funciona. Políticos podem nos ignorar. E por muito tempo. Neste caso, devemos no fazer ouvir, gritar pelas mãos de modo que nossos gritos manchem paredes e sujem o chão e quebrem a mobília. Muitos perguntariam: "Mas e o valor histórico-cultural desses patrimônios?" Ora, o que é o valor histórico-cultural de um patrimônio público comparado aos nossos direitos? Estes valem muito mais. Além disso, são as autoridades que se responsabilizarão pela restauração destes patrimônios, o que quer dizer que teremos uma hora de certeza de que o dinheiro arrecadado com impostos serão bem gastos. Absurdo é ver "voluntários" na limpeza destas depredações. Estas pessoas estão se subjugando gratuitamente fazendo um papel que é do Estado. E estão desmoralizando uma forma de protesto que, por várias vezes, já se mostrou eficaz na história mundial. Mas, claro, não na brasileira.

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